sábado, 8 de janeiro de 2011

Dom Silvério


Pequena Dom Silvério,
por quanto tempo fui enganado por você?
Acreditava em sua mágia,
em seu lindo entardecer.

Eu via em suas ruas,
algo além do que existia.
Tudo era colorido,
carregado de alegria.

Rio de Peixes, adro da Igreja,
já não existe mais graça.
Perdeu para mim todo o sentido,
de andar aos sabados em sua praça.

Rua do Campo cresceu,
deixou de ser como era.
Já não existe o campinho de bola
pessoas olhando da janela.

Brincar no barranco,
de pique esconde e pega bandeira.
Passar trote na rádio,
pegar manga na sementeira.

Tudo isso acabou,
e não foi porque eu não vivo mais lá.
A cidade continua a mesma
quase tudo em seu lugar.

Cego eu não percebia,
o segredo que muitos viam.
O encanto não estava na cidade,
e sim nas pessoas que lá viviam.